O Rio Grande do Norte foi o estado brasileiro que apresentou maior
índice de crescimento no número de assassinatos nos últimos anos,
conforme dados do Ministério da Saúde divulgado ontem pela Agência
Brasil. Entre os anos de 2010 e 2011, o aumento foi de 27,9%, com o
registro de 1.042 homicídios. No entanto, o secretário de Estado da
Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), Aldair da Rocha, disse que
esse percentual foi de 10% e anunciou um projeto para incrementar o
policiamento ostensivo na Região Metropolitana de Natal nos próximos
meses.
Conforme os dados estatísticos do Ministério da Saúde, entre os anos
de 2004 e 2011, os casos de assassinatos triplicaram no Estado, que
ultrapassou a marca de mil mortes violentas em 2011. Somente no ano
passado, o Conselho Estadual de Direitos Humanos contabilizou 952
homicídios, o que dá uma média de 79 casos por mês.
Para Aldair da Rocha, esses números revelam que, ao contrário do que
mostram os dados do Ministério da Saúde, está acontecendo uma redução no
aumento da quantidade de homicídios no Rio Grande do Norte. Segundo
ele, a distorção entre as duas contagens acontece por causa de uma
confusão na classificação de homicídios e mortes violentas.
“Até 2010, se computavam todas as mortes violentas como homicídios, o
que nem sempre acontecia. Um exemplo é o caso de uma pessoa que é
baleada e morre um dia depois, no hospital. Nesta situação, na
realidade, o que aconteceu foi uma lesão corporal seguida de morte, mas
antes, era classificada como homicídio, o que ocorre quando a pessoa
morre na hora. Isso aumentava e muito os números reais e,
consequentemente, o percentual de assassinatos”, explicou o secretário.
Seguindo esta linha de raciocínio, ele rebateu os mais de 660 casos
de homicídios registrados até ontem pelo Conselho e disse que, entre
janeiro e maio passado, aconteceram 291 assassinatos em todo o Estado.
Assim, a falta de uniformidade na coleta dos dados, gerada
principalmente pelo antigo modo de contagem feito pelo Ministério da
Saúde, estaria inflacionando os números, que agora são contabilizados
pelo próprio Estado e enviado para o Ministério da Justiça.
Aldair da Rocha disse ainda que a Sesed apresentou um projeto de
melhoria para o policiamento ostensivo qualificado na Região
Metropolitana de Natal, que deve ser iniciado no próximo mês.
“Pretendemos reunir as forças dentro da Polícia Militar para atuar em
áreas específicas, em locais e horários alternados, para incrementar a
ostensividade policial e assim, reduzir as ocorrências criminosas”,
explicou.
Entretanto, para Marcos Dionísio, os números divulgados pelo
Ministério da Saúde não são nenhuma surpresa para os potiguares. “Nós
acompanhamos diariamente pela própria imprensa o cotidiano de homicídios
no nosso Estado. No ano passado, foram 952 assassinatos, o que dá uma
média de 79 casos por mês. Já este ano, em apenas cinco meses, a média é
de 129 mortes por mês”, disse.
Ele disse também que a interiorização da violência também é
preocupante, já que os crimes estão presentes em praticamente todos os
municípios, independente do tamanho ou número de moradores. E que o
Estado deveria criar o Conselho Estadual de Segurança Pública, com as
presenças de autoridades militares, civis, judiciário e sociedade civil
organizada. “Este conselho poderia criar um plano de segurança e, dentro
deste, um programa de redução de homicídios”, disse.
do portal JH
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